.
.
.
As pessoas do mundo são de tal modo medíocres que Violante apenas teve de condescender em se misturar com elas para ofuscá-las quase todas. Os senhores mais inacessíveis, os artistas mais selvagens, procuraram a sua companhia e cortejaram-na. Violante tinha unicamente espírito, gosto, e um modo que suscitava a ideia de todas as perfeições. Lançava a moda de ditos espirituosos, de perfumes e vestidos. As costureias, os escritores, os cabeleireiros mendigavam a sua protecção. A mais célebre modista de Áustria pediu-lhe permissão para se intitular sua artífice, o mais ilustre príncipe da Europa pediu-lhe permissão para se intitular seu amante.
... ...
2 comentários:
Senhor,
que citação tão descaradamente Proustiana...assim me parece embora nada perceba de estilos literários e se calhar de estilos em coisa nenhuma pois que logo me soa a obrigação de sempre ser o que já se foi, de se produzir igual ao que sempre se produziu e vai daí uma pessoa transforma-se em marca ( a não ser que se seja um génio e se consiga a diferença e a surpresa dentro da "igualdade". Assim como o Bach,o Eça, o Giotto, a Martha Graham, p.ex.).
E as obrigações mais o desejo de ser igual às Violantes não o conseguindo ser, transformam-se em mediocridade porque as Violantes são genuínas e não fazem esforço nenhum para o ser. São só. Naturalmente.
Às tantas, estas aproximações, mas com falta de coragem, tornam-se a essência do kitsch e degeneram no politicamente correcto.
E tanto uma coisa como outra fazem parte de uma modernidade postiça. Acho eu, não sei.
Senhor, conheceis a história da senhora Rosa de Barcelona?
Um dia hei-de contá-la já que me parece uma síntese de todas as Violantes, as que andam em frente sem estar sempre a olhar para os lados.
A Vós, Senhor destino certos os meus respeitos.
Bela e contundente metáfra, Augusto -
E sim, começo a ter, também, saudades dos blogs :-)
~
Enviar um comentário