segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Senhora,


não me esquecendo de vós
há vários dias que venho pensando: -é quase dia 21. 
e aqui estou.  saudando-vos



        

                 e, rabiscando na toalha de papel do                       restaurante, o que, já quase nunca faço.

teve a taça de vinho que hoje bebi um sabor diferente -ou eu assim o quis- não  porque as pataniscas de bacalhau estavam excelentes mas porque a bebi a vós, Senhora.

e, assim vos deixo, Senhora, envolto nas minhas sombras, que não 50, mas muitas. cada vez mais e mais escuras. 

até sempre.

domingo, 21 de setembro de 2014


são as boas recordações que, por vezes,  poucas vezes, fazem correr alguma água e, então, navego ainda um pouco. 
 como transporte posso usar o computador. não o meu, que há muito pifou e já não vale a pena comprar outro.

 hoje não podia deixar de navegar para vos saudar, Senhora.


21 de  setembro de 2014

sábado, 21 de setembro de 2013


hoje beberei uma taça de vinho. talvez duas... tinto.
à vossa!

dia 1o de outubro tenho consulta, e, se a médica de família me voltar a perguntar:
- tem bebibo?
dir-lhe-ei:
- sim, em ocasiões muito especiais.

sábado, 29 de setembro de 2012




...fazer de conta 

(para não ralar

aqueles

de quem gostamos)

que ainda acreditamos.


sexta-feira, 21 de setembro de 2012


Senhora,

não vou deitar búzios
a prever futuros,
mas hoje,
a vós,
vou erguer a minha taça de tinto




21 setembro 2012

quarta-feira, 22 de agosto de 2012






... apear-se e pensar:
foi para chegar aqui, esta longa viagem?
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tirar as esporas e as botas,
dar uma palmada de despedida na garupa da montada e, descalço, fazer o resto do caminho a pé.

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segunda-feira, 20 de agosto de 2012









sábado, 4 de agosto de 2012

auto-retrato último
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quarta-feira, 2 de maio de 2012

terça-feira, 24 de abril de 2012





quinta-feira, 12 de abril de 2012

para Vós, que gostais de patos, esta brincadeira...

sábado, 3 de março de 2012

hoje almocei em frente à gulbenkian. depois fui ver a exposição "fernando pessoa - plural como o universo". paguei dois euros, o preço de entrada para a terceira idade.



tinha pago pelo almoço, um aceitável queijo de cabra fresco, um excelente cozido, vinho, pão e café, dezassete euros. o restaurante não tinha preços para idosos.








vi a exposição minuciosamente e saí. peguei no telemóvel e, nos jardins, fiz algumas fotografias.

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domingo, 26 de fevereiro de 2012

do amor






e da mania da higiene


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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012






pura,
por amor,
sobre
a
areia
da
praia.




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depois,
areia
a fugir
por
entre
os dedos,
vendendo-se
ao minuto.



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os
pescadores
chamavam-na
de
mulher ampulheta.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

do ciúme
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a lágrima
o sangue


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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

mensagem VI (outra com destinatário)

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....alguns livros de receitas


....na cozinha também há.


...vou já fazer foie gras...



...fazer


...como de(ve) ser.
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domingo, 15 de janeiro de 2012

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Frêle et fragile comme tu l'es
parfois je me demande
d'où te viennent ces larges richesses d'ombre
et dans quels jeux silencieux tu t'égares
avec cette soie dévidée dans le noir
sans doute ne sais -tu pas toi-même
pour quelle lumière inconcevable
tu as préparé tant de nuit





Love Song I, NICOLAS BOUVIER

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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

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creio no incrível, nas coisas assombrosas,


na ocupação do mundo pelas rosas,


creio que o amor tem asas de ouro. ámen.




natália correia


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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

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durante anos julguei ser de forte metal o pequeno prato que me foi oferecido não me lembro por quem. era nele que, à noite, colocava o telemóvel à cabeceira. inadvertidamente, ainda estremunhado, esta manhã dei-lhe um safanão. telemóvel e prato cairam na fofa alcatifa. para minha surpresa o prato, que era afinal de uma fraca liga, partiu-se. .



à tarde comecei, a pouco e pouco, a desmanchar o meu natal.
apesar de tudo o que penso, o presépio e as luzes coloridas a acender e a apagar dão-me um certo conforto, embora este ano tenha sido um pouco diferente.





vou deixar mais uns dias, sei lá, talvez muitos, o menino nas palhinhas...


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sábado, 7 de janeiro de 2012

a dama pé de cabra

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E levando a bela dama nos braços, cavalgou na mula em que viera montado.



Só quando, à noite, no seu castelo, pôde considerar miudamente as formas nuas da airosa dama, notou que tinha os pés forcados como os da cabra.


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Dirá agora alguém: "Era, por certo, o demónio que entrou em casa de D. Diogo Lopes. O que lá não iria!" Pois sabei que não ia nada.



Por anos, a dama e o cavaleiro viveram em boa paz e união.


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Alexandre Herculano


sábado, 31 de dezembro de 2011

suavemente abrir 2012







...porque só a amizade que nunca viveu pode morrer.


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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

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deveria ser dado que morrêssemos



com um amor ainda vivo em nós,



como deveria ser dado a um pássaro



morrer naturalmente em pleno voo.





nuno rocha morais


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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011




afinal,


o que é o


natal ? .
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sábado, 10 de dezembro de 2011

litania da saudade

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tenho saudades do lugar da hortaliça,
e da fruta saborosa sem rótulos colados.
tenho saudades da minha avó me obrigar a ir à missa
e eu contrariado chegar lá e não haver lugares sentados.
tenho saudades das pessoas tão pobres e tão crentes
que rezavam a deus e a todas as santinhas ,
e compravam banha de cobra e tomavam mezinhas
para mais depressa deixarem de estar doentes.
tenho saudades da minha tia que dizia:
ó minha mãe não teime com o rapaz,
mas que mal tem não ir à missa um dia?
ir ou não ir, bem sabe, tanto faz.
tenho saudades dos semanais banhos de domingo,
em água quente, no inverno, na selha de madeira
e o meu pai à espera que eu acabasse e a falar comigo,
já todo nú e cheio de frio, a tiritar na cadeira.
e da minha vizinha gorda, do primeiro andar,
a lavar o velho caixote do lixo em madeira de pinho:
-ó meu menino quando fores doutor e rico o que me ofereces?
-um caixote novo, Palmirinha, que tu bem o mereces.
e de ti mãe e também de ti irmão,
não passa um só dia sem me lembrar de vocês;
de todos vós já nenhum cá está,
pois não:
ai quem me dera conseguir acreditar
que voltava a vê-los ao chegar a minha vez.


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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

carta muito antiga

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quando cresceres, amor?,
e, eu serei velho,

quando souberes o que queres,

ou não souberes,

mas te aceitares assim,

e isso é ser crescido,

e,

porque te aceitas

não precisares, já, que te aceitem,

e não lutares contra os outros

porque estás bem contigo;

quando aceitares a tua verdade

e com ela alicerçares a tua vida

porque nada

podes construir

sem ser sobre a verdade;

quando puderes gritar p'ra ti

"eu sou assim!"

e não p'rós outros,

porque isso só a ti custa, a mais ninguém,

e ninguém melhora nem piora a tua vida

quer te aceitem ou não,

Amiga,

estende-me a tua mão,

e,

se eu, de cabelos brancos, for ainda criança,

porque saber como se faz é fácil

mas é difícil fazer,

espera por mim até eu crescer,

e,

quando te estender a minha mão,

construamos

então,

sobre as nossas verdades,

não importa o quê:

uma grande amizade, que tu não sabes, mas não temos,

um grande amor, que julgo não teremos,

ou,

simplesmente,

um maravilhoso momento de merecida calma.

augusto, um entre mil

domingo, 13 de novembro de 2011

mensagem V (para todos)

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são seres só de novembro. já ouviram contar o natal e, sem nunca o terem passado, sabem vagamente o que é.
mas, e como é isso possível?, são felizes.


são amigos..

sábado, 5 de novembro de 2011

mensagem IV (com bola vermelha)

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se tu és mulher casada
e o teu marido não ama,
faz das tripas coração,
mete um cão na tua cama.
e, se pulgas apanhares
( porque vai-te acontecer),
pior que isso, bem sabes,
era ficares sem foder.

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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

mensagem III (com destino incerto)

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Quando chegaram ao lugar chamado Caveira, ali o crucificaram, a ele e também aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. E dizia Jesus:



-Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem


...................................................................................................................................................................................Lucas 23, 34


augusto, um entre mil

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

mensagem II (sem destinatário)

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As pessoas do mundo são de tal modo medíocres que Violante apenas teve de condescender em se misturar com elas para ofuscá-las quase todas. Os senhores mais inacessíveis, os artistas mais selvagens, procuraram a sua companhia e cortejaram-na. Violante tinha unicamente espírito, gosto, e um modo que suscitava a ideia de todas as perfeições. Lançava a moda de ditos espirituosos, de perfumes e vestidos. As costureias, os escritores, os cabeleireiros mendigavam a sua protecção. A mais célebre modista de Áustria pediu-lhe permissão para se intitular sua artífice, o mais ilustre príncipe da Europa pediu-lhe permissão para se intitular seu amante.




... ...

domingo, 9 de outubro de 2011

mensagem I (com destinatário)

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a noite esconde e transforma e parece que todos os gatos ficam pardos...
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sábado, 24 de setembro de 2011

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vivi com ela tantos anos.
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olhava-me nos olhos
e, sem palavras,
eram carícias o seu olhar.


desprendido, nunca lhe perguntei o nome.
foram dias,
meses,
anos.
agora
já não mora cá.

curioso,
inquieto sem saber porquê,
quis saber como se chamava.
perguntei a conhecidos e amigos.
talvez tão distraídos como eu
quase não se recordavam dela.
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mas, encontrei na escada
a velhota que mora aqui ao lado.
que eu estava diferente, disse-me ela.
fiz-lhe, sem grande esperança, a mesma pergunta.
sim, vizinho, sei quem ela era,
pois se a vi tantos anos aqui consigo.
o seu nome era Felicidade.




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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

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já tive um pássaro azul



chamava-se infância


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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

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abro

fecho

volto a abrir

e depois

volto a fechar

ou

não sei

aquilo

que

quero

ou

então

ando

a brincar

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terça-feira, 12 de julho de 2011

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por vezes a democracia é um pássaro azul fechado numa gaiola



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quarta-feira, 8 de junho de 2011

visitante,
sei que por vezes é difícil ler posts longos. atendendo a isso não publiquei a parte final do artigo. faça um pequeno esforço e leia. vale a pena.
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Somos menos, felizmente.


"O maior perigo que se põe actualmente à humanidade não é o da explosão nuclear, é o da explosão demográfica. Portugal tornou-se, porém (com a Europa), excepção.
O nosso País tem a taxa de fertilidade mais baixa do velho continente, continente onde ela entrou, nos últimos anos, em declínio acentuado. Felizmente.

Produto desvalorizado pelo excesso, o homem só deixará, como consequência, de ser um desperdício quando escassear; só quando os nascimentos forem actos desejados (por opção, por disponibilidade) ele atingirá o estatuto qualitativo a quem tem direito.

Políticos, economistas, comunicadores, ideólogos repetem, porém, que estamos a envelhecer, a escassear, e fazem disso catástrofe para ínvias manipulações.

As suas mentalidades formigueiras/coelheiras esquivam-se, no entanto, a dizer que o problema não é o de falta de gente nova no mundo (nasce um milhão de pessoas em cada 100 horas), mas o do seu desequilíbrio. Insistem mesmo em propagar que Portugal (a Europa) está em perigo, que no ano 2.020 doze por cento de nós terão mais de 65 anos; em divulgar a ideia de que um indivíduo (um país, um continente) que envelhece é um indivíduo (um país, um continente) que estiola; não cuidam de assumir que os velhos são cada vez menos velhos, que tão fiável é premir botões de máquinas aos 80 anos como aos 20, que a sabedoria, a perspicácia trazidas pela idade compensam a força, a destreza levadas por ela.

Não costuma ser, aliás, pelo facto de disporem de populações rejuvenescidas que os estados se desenvolvem mais; o número de habitantes de um país não se revela indicador de progresso.

“As florestas precedem as pessoas, os desertos acompanham–nas“, avisava Chateaubriand. O homem é um poluidor por condição: as hecatombes ocorridas são consequência da sua natalidade incontrolável, fomentada para haver cada vez mais mão de obra barata e farta, carne para canhões e camas, almas para pastorear e salvar.

Vamos ser, em 2100, apenas 6,7 milhões de portugueses (a mesma população de 1920), catastrofizam demógrafos. E daí?

Quererão mais jovens para somar aos que deambulam sem ocupação, sem saída, sem futuro? mais jovens a viver dos pais e avós (que no final da vida têm de subtrair às cada vez mais subtraídas pensões o seu sustento?); mais jovens para alargar o mercado dos prostitutos, dos delinquentes, dos drogados, dos excluídos? Não lhes chegam as centenas de crianças a dormir nas ruas de Lisboa? Não lhes bastam os mulhares de adolescentes a procurar, em vão, o primeiro emprego?
Líderes de opiniam inculcam, entrtanto, ideias segregacionistas entre as gerações. Insinuam que a culpa dos desequilíbrios pertence aos mais idosos por ocuparem lugares, monopolizarem privilégios, esgotarem recursos, bloqueando os mais novos. Lutas surdas larvam, na verdade, a vários níveis, instigadas por semelhantes correntes de opinião, não se revelando que a instabilidade afecta todos os estratos etários, que não são os séniores a barrar a ascenção dos jovens, mas os interesses instituídos que desarticulam uns e outros, hostilizam uns contra os outros por se haverem tornado todos prescindíveis.

(...)

Excerto, do artigo de Fernando Dacosta no nº 227 (Junho de 2011) da revista Tempo Livre.
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segunda-feira, 6 de junho de 2011

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ah! afinal o rapaz é um tipo honrado:



quis regressar para devolver as fotocópias que tinha sacado.

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sexta-feira, 20 de maio de 2011

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não creiam que me conhecem.

podem saber o que faço
mas não sabem o que sinto.


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sexta-feira, 6 de maio de 2011

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o meu querido pc está internado. não sei quando virá para casa. até lá desejo-...-vos tudo de bom. e o mesmo para mim.


para ele uma cura rápida e total.
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geração à rasca



gostei de ler





aqui:





domingo, 1 de maio de 2011

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esquecer
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. tem oitenta e sete anos. há dois não sai daquela cama. uma cama de pessoa só. com grades laterais de subir e descer. de um dos lados. como as camas das crianças mas maior. feita de encomenda e por medida.

a filha, mulher de sessenta e cinco anos, perdeu o marido vai para três. logo a seguir veio a doença da mãe. trata dela todos os dias. logo de manhã dá-lhe o pequeno almoço. muda-lhe a fralda da noite e lava-a. nunca se esquece de subir a grade, a mãe mexe-se, vira-se e cairia.

os dias correm sempre iguais, almoço, jantar, ver se está mijada e limpá-la. depois outro dia igual. e outro. e outro.

a mãe esqueceu já... não a conhece. quando a filha fala com ela raras vezes responde. compreenderá o que ela lhe diz? mas hoje, deitada como sempre, quando a filha lhe ajeitava a roupa,
durante segundos olhou-a e, sempre a olhá-la nos olhos, baixinho, um fio de voz, murmurou:


-a senhora é tão boa para mim. obrigada.
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quinta-feira, 28 de abril de 2011

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estou triste


muito triste


e revoltado


não compreendo


nem aceito


não


me


terem


enviado


um envelope dourado


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terça-feira, 26 de abril de 2011

só nós sete é que sabemos...

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.o noivo,
que anda "apanhado",
queria ir
pr'a outro lado.
mas,
disse a noiva
judia,
que
usa anéis
e anilhas:

-tu está mas é
calado,
vamos todos pr'a
cacilhas.



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segunda-feira, 25 de abril de 2011

sexta-feira, 22 de abril de 2011

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para baixo todos os santos ajudam.
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