segunda-feira, 21 de setembro de 2015
domingo, 21 de setembro de 2014
como transporte posso usar o computador. não o meu, que há muito pifou e já não vale a pena comprar outro.
21 de setembro de 2014
sábado, 21 de setembro de 2013
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
sábado, 4 de agosto de 2012
quarta-feira, 2 de maio de 2012
terça-feira, 24 de abril de 2012
quinta-feira, 12 de abril de 2012
sábado, 3 de março de 2012
tinha pago pelo almoço, um aceitável queijo de cabra fresco, um excelente cozido, vinho, pão e café, dezassete euros. o restaurante não tinha preços para idosos.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
domingo, 12 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
mensagem VI (outra com destinatário)
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domingo, 15 de janeiro de 2012
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
durante anos julguei ser de forte metal o pequeno prato que me foi oferecido não me lembro por quem. era nele que, à noite, colocava o telemóvel à cabeceira. inadvertidamente, ainda estremunhado, esta manhã dei-lhe um safanão. telemóvel e prato cairam na fofa alcatifa. para minha surpresa o prato, que era afinal de uma fraca liga, partiu-se. .
apesar de tudo o que penso, o presépio e as luzes coloridas a acender e a apagar dão-me um certo conforto, embora este ano tenha sido um pouco diferente.
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sábado, 7 de janeiro de 2012
a dama pé de cabra
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sábado, 31 de dezembro de 2011
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
sábado, 10 de dezembro de 2011
litania da saudade
e da fruta saborosa sem rótulos colados.
tenho saudades da minha avó me obrigar a ir à missa
e eu contrariado chegar lá e não haver lugares sentados.
tenho saudades das pessoas tão pobres e tão crentes
que rezavam a deus e a todas as santinhas ,
e compravam banha de cobra e tomavam mezinhas
para mais depressa deixarem de estar doentes.
tenho saudades da minha tia que dizia:
ó minha mãe não teime com o rapaz,
mas que mal tem não ir à missa um dia?
ir ou não ir, bem sabe, tanto faz.
tenho saudades dos semanais banhos de domingo,
em água quente, no inverno, na selha de madeira
e o meu pai à espera que eu acabasse e a falar comigo,
já todo nú e cheio de frio, a tiritar na cadeira.
e da minha vizinha gorda, do primeiro andar,
a lavar o velho caixote do lixo em madeira de pinho:
-ó meu menino quando fores doutor e rico o que me ofereces?
-um caixote novo, Palmirinha, que tu bem o mereces.
e de ti mãe e também de ti irmão,
não passa um só dia sem me lembrar de vocês;
de todos vós já nenhum cá está, pois não:
ai quem me dera conseguir acreditar
que voltava a vê-los ao chegar a minha vez.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
carta muito antiga
e, eu serei velho,
augusto, um entre mil
domingo, 13 de novembro de 2011
mensagem V (para todos)
são seres só de novembro. já ouviram contar o natal e, sem nunca o terem passado, sabem vagamente o que é.
mas, e como é isso possível?, são felizes.
são amigos..
sábado, 5 de novembro de 2011
mensagem IV (com bola vermelha)
se tu és mulher casada
e o teu marido não ama,
faz das tripas coração,
mete um cão na tua cama.
e, se pulgas apanhares
( porque vai-te acontecer),
pior que isso, bem sabes,
era ficares sem foder.
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sexta-feira, 28 de outubro de 2011
mensagem III (com destino incerto)
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...................................................................................................................................................................................Lucas 23, 34
augusto, um entre mil
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
mensagem II (sem destinatário)
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As pessoas do mundo são de tal modo medíocres que Violante apenas teve de condescender em se misturar com elas para ofuscá-las quase todas. Os senhores mais inacessíveis, os artistas mais selvagens, procuraram a sua companhia e cortejaram-na. Violante tinha unicamente espírito, gosto, e um modo que suscitava a ideia de todas as perfeições. Lançava a moda de ditos espirituosos, de perfumes e vestidos. As costureias, os escritores, os cabeleireiros mendigavam a sua protecção. A mais célebre modista de Áustria pediu-lhe permissão para se intitular sua artífice, o mais ilustre príncipe da Europa pediu-lhe permissão para se intitular seu amante.
... ...
domingo, 9 de outubro de 2011
sábado, 24 de setembro de 2011
vivi com ela tantos anos.
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olhava-me nos olhos
e, sem palavras,
eram carícias o seu olhar.
desprendido, nunca lhe perguntei o nome.
foram dias,
meses,
anos.
agora
já não mora cá.
curioso,
inquieto sem saber porquê,
quis saber como se chamava.
perguntei a conhecidos e amigos.
talvez tão distraídos como eu
quase não se recordavam dela.
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mas, encontrei na escada
a velhota que mora aqui ao lado.
que eu estava diferente, disse-me ela.
fiz-lhe, sem grande esperança, a mesma pergunta.
sim, vizinho, sei quem ela era,
pois se a vi tantos anos aqui consigo.
o seu nome era Felicidade.
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sexta-feira, 19 de agosto de 2011
quarta-feira, 8 de junho de 2011
sei que por vezes é difícil ler posts longos. atendendo a isso não publiquei a parte final do artigo. faça um pequeno esforço e leia. vale a pena.
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Somos menos, felizmente.
"O maior perigo que se põe actualmente à humanidade não é o da explosão nuclear, é o da explosão demográfica. Portugal tornou-se, porém (com a Europa), excepção.
O nosso País tem a taxa de fertilidade mais baixa do velho continente, continente onde ela entrou, nos últimos anos, em declínio acentuado. Felizmente.
Produto desvalorizado pelo excesso, o homem só deixará, como consequência, de ser um desperdício quando escassear; só quando os nascimentos forem actos desejados (por opção, por disponibilidade) ele atingirá o estatuto qualitativo a quem tem direito.
Políticos, economistas, comunicadores, ideólogos repetem, porém, que estamos a envelhecer, a escassear, e fazem disso catástrofe para ínvias manipulações.
As suas mentalidades formigueiras/coelheiras esquivam-se, no entanto, a dizer que o problema não é o de falta de gente nova no mundo (nasce um milhão de pessoas em cada 100 horas), mas o do seu desequilíbrio. Insistem mesmo em propagar que Portugal (a Europa) está em perigo, que no ano 2.020 doze por cento de nós terão mais de 65 anos; em divulgar a ideia de que um indivíduo (um país, um continente) que envelhece é um indivíduo (um país, um continente) que estiola; não cuidam de assumir que os velhos são cada vez menos velhos, que tão fiável é premir botões de máquinas aos 80 anos como aos 20, que a sabedoria, a perspicácia trazidas pela idade compensam a força, a destreza levadas por ela.
Não costuma ser, aliás, pelo facto de disporem de populações rejuvenescidas que os estados se desenvolvem mais; o número de habitantes de um país não se revela indicador de progresso.
“As florestas precedem as pessoas, os desertos acompanham–nas“, avisava Chateaubriand. O homem é um poluidor por condição: as hecatombes ocorridas são consequência da sua natalidade incontrolável, fomentada para haver cada vez mais mão de obra barata e farta, carne para canhões e camas, almas para pastorear e salvar.
Vamos ser, em 2100, apenas 6,7 milhões de portugueses (a mesma população de 1920), catastrofizam demógrafos. E daí?
Quererão mais jovens para somar aos que deambulam sem ocupação, sem saída, sem futuro? mais jovens a viver dos pais e avós (que no final da vida têm de subtrair às cada vez mais subtraídas pensões o seu sustento?); mais jovens para alargar o mercado dos prostitutos, dos delinquentes, dos drogados, dos excluídos? Não lhes chegam as centenas de crianças a dormir nas ruas de Lisboa? Não lhes bastam os mulhares de adolescentes a procurar, em vão, o primeiro emprego?
Líderes de opiniam inculcam, entrtanto, ideias segregacionistas entre as gerações. Insinuam que a culpa dos desequilíbrios pertence aos mais idosos por ocuparem lugares, monopolizarem privilégios, esgotarem recursos, bloqueando os mais novos. Lutas surdas larvam, na verdade, a vários níveis, instigadas por semelhantes correntes de opinião, não se revelando que a instabilidade afecta todos os estratos etários, que não são os séniores a barrar a ascenção dos jovens, mas os interesses instituídos que desarticulam uns e outros, hostilizam uns contra os outros por se haverem tornado todos prescindíveis.
(...)
Excerto, do artigo de Fernando Dacosta no nº 227 (Junho de 2011) da revista Tempo Livre.
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segunda-feira, 6 de junho de 2011
sexta-feira, 20 de maio de 2011
sexta-feira, 6 de maio de 2011
domingo, 1 de maio de 2011
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a filha, mulher de sessenta e cinco anos, perdeu o marido vai para três. logo a seguir veio a doença da mãe. trata dela todos os dias. logo de manhã dá-lhe o pequeno almoço. muda-lhe a fralda da noite e lava-a. nunca se esquece de subir a grade, a mãe mexe-se, vira-se e cairia.
os dias correm sempre iguais, almoço, jantar, ver se está mijada e limpá-la. depois outro dia igual. e outro. e outro.
a mãe esqueceu já... não a conhece. quando a filha fala com ela raras vezes responde. compreenderá o que ela lhe diz? mas hoje, deitada como sempre, quando a filha lhe ajeitava a roupa, durante segundos olhou-a e, sempre a olhá-la nos olhos, baixinho, um fio de voz, murmurou:
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