... apear-se e pensar:
foi para chegar aqui, esta longa viagem?
.
tirar as esporas e as botas,
dar uma palmada de despedida na garupa da montada e, descalço, fazer o resto do caminho a pé.
foi para chegar aqui, esta longa viagem?
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tirar as esporas e as botas,
dar uma palmada de despedida na garupa da montada e, descalço, fazer o resto do caminho a pé.
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2 comentários:
Senhor,
e tudo está de acordo com a imagem que haveis botado lá em baixo, só que, na altura, ainda com sapatos.
Pela andadura, temo bem que vós e os todos que percorrem longos caminhos para chegar aqui e partir, de sentidos cansados muito mais do que imaginaram, cheguem nus a um destino que desconhecem.
Vamos perdendo a roupa e as montadas
(coitadas errarão em busca de uma migalha de feno mais pobres que livres)
e vamos ficando com a alma a transbordar de abandono e inutilidade.
Faz de conta que somos cowboys no deserto: a cãmara fica fixa e aí vamos nós, primeiro pessoas, depois mancha, depois ponto até à dissolução no horizonte.
Mas por enquanto, se vos não importardes, guardo este vosso ternurento cavaleiro de brincar na minha sacola.
Quando descansar, à beira do caminho, brincarei com ele na ilusão da inocência de quem nunca de nada viu e com tudo se espantará, na próxima paisagem, logo depois da montanha, ou do rio, ou do mar, sei lá...
Oferecendo-vos um gole do cantil com água fresca, aqui reitero os meus respeitos.
Senhora,
o cavaleiro é vosso.
neste dia muito especial de 21 de setembro de 2012
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