sexta-feira, 20 de maio de 2011

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não creiam que me conhecem.

podem saber o que faço
mas não sabem o que sinto.


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5 comentários:

Lizzie disse...

Senhor:

poucas coisas devem ser mais devastadoras para cada um que fechar os sentimentos com a chave do silêncio.
Porque para lá das grades, há uma voz que grita e não se ouve embora toda a gente tenha a pretensão que é entendida no canto que julga ouvir.

Porque julgar conhecer implica o conforto da segurança. Pode-se calar até o medo comprando ou vendendo uma aparência, coisa tão comum na vida domesticada que cada um e a seu modo tem. Uns porque têm que ter, outros porque escolhem tê-la, outros porque assim-assim. O assim-assim pode ser determinante quando não se vive numa ilha deserta.

Senhor, este vosso tocou-me muito porque tem sido uma das circunstâncias de eleição nos meus trabalhos. Posso estar a ser pretenciosa mas acho que tal dicotonomia tem moído as pessoas desde Adão e Eva e respectiva descendência. Até agora e assim será depois.

E porque, por acaso, nesse passeio de Cacilhas, vi duas vezes resumos da maldade humana, aquela inerente que se mostra nua e sem maquilhagem.
Coisa que se ajusta à miséria daquele cenário (infelizmente) degradado.
(Grande história vos contaria daquela degradação se é que também não a sabeis...)

Mas depois, penso nas coisas boas que também lá tenho sentido e lá faço o percurso para o petisco ou jantar.


Despretenciosamente vos envio os meus mais sentidos respeitos...

e parabéns também pela fotografia em que cada pormenor fala por si cantando também em coro.

Justine disse...

Pois não, nunca conhecemos o outro. Há sempre uma zona de solidão intransponível em cada um de nós...

[a observação da tua colega há 400 anos era pura inveja! e a tua observação sobre adopções extemporâneas também:)))))]
Abraço

clickit disse...

Às vezes, as paredes. Falam tanto a verdade que julgamos ter feito NÓS o desenho. E somos mil milhões de desenhos, desenhos e desejos que fomos vivendo.
E há sempre medo de atravessar um rio que corre.

A casa, essa existe: é na Quinta da Aveleda, em Penafiel onde vou uma ou duas vezes por ano, ver camélias, ver outonos.

A minha, não existe: esta é a do pensar, das fotos, lugares, coisas sem importância que tanto amo. E me foram apontando os anos, cinco já. Sem objecções, sem pretensões, escrevo o dia - ou os silêncios. Ou as noites - e os barulhos.
Ou hiatos que sei.
Rumorejar as folhas ou a memória.
Abç da bettips

O Árabe disse...

Assim é... e quantas vezes disto nos esquecemos! :) Boa semana, meu abraço.

Teresa Durães disse...

é impossível conhecer uma pessoa na sua totalidade porque, na maioria dos casos, as próprias nem se conhecem